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Homem acusado de atentado à PF planejava matar Alexandre de Moraes, revela ex-mulher

  • Foto do escritor: Tailisi
    Tailisi
  • 14 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura
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Francisco Wanderley Luiz, envolvido em atentado a bomba na Praça dos Três Poderes, já havia participado de acampamentos golpistas em Santa Catarina e demonstrado desejo de cometer um ataque mortal, aponta investigação da PF.

Brasília — A Polícia Federal (PF) prossegue nas investigações do atentado a bomba na Praça dos Três Poderes, realizado por Francisco Wanderley Luiz, um ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em Santa Catarina, que recentemente participou de acampamentos radicais no estado, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um novo desdobramento do caso, Daiane, ex-companheira de Francisco, revelou em declarações à PF que ele planejava assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em depoimento informal aos agentes federais, Daiane afirmou que o ex-marido nutria um ódio profundo contra Moraes e outros ministros do STF, os quais ele acusava de “atentarem contra a liberdade do povo brasileiro”. Segundo ela, Francisco afirmou que, durante o atentado, mataria Moraes e qualquer outra pessoa que estivesse com o ministro no momento do ataque.

Planejamento Meticuloso e Ligação com Grupos Radicais

As declarações de Daiane, encontradas pela PF em uma cidade no interior de Santa Catarina, indicam que Francisco Wanderley havia planejado o ataque meticulosamente. De acordo com ela, ele fazia frequentes pesquisas no Google, procurando maneiras de executar o atentado, bem como estudava informações sobre a rotina de Alexandre de Moraes e a segurança ao redor da Praça dos Três Poderes. As evidências de suas buscas no Google foram obtidas e incluídas no material investigativo da PF.

“Ele passava horas na internet, buscando informações e pesquisando sobre como executar o atentado. Eu cheguei a perguntar: ‘Você vai mesmo fazer essa loucura?’”, revelou Daiane aos investigadores. Segundo a ex-mulher, Francisco parecia determinado e justificava suas ações com discursos radicais e a crença de que estava agindo em defesa de “valores conservadores”.


Histórico de Ameaças e Atos Extremistas


Francisco Wanderley Luiz não era um estranho às práticas de ameaça e incitação ao ódio nas redes sociais. Ex-candidato a vereador em 2020, ele utilizava suas redes para proferir ataques e ameaças explícitas a ministros do STF, políticos e outras figuras públicas, especialmente após as eleições de 2022. Publicações ameaçadoras contra Moraes e outros membros do STF eram comuns em suas contas, onde ele os acusava de serem “traidores da pátria”.


De acordo com informações obtidas pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Francisco participou de uma série de encontros com grupos radicais em Santa Catarina, onde a retórica golpista e anti-STF foi promovida intensamente após a derrota de Jair Bolsonaro. Nestes eventos, segundo a ABIN, o ex-candidato se uniu a outros manifestantes que compartilhavam a ideia de “livrar o país de seus opressores”.



Provas do Plano de Atentado e Inscrições

Relacionadas ao 8 de Janeiro


Durante as investigações, a PF encontrou, na casa de Francisco em Brasília, inscrições relacionadas aos eventos de 8 de janeiro, data em que ocorreram as invasões de prédios públicos na capital federal por apoiadores radicais do ex-presidente Bolsonaro. Em um espelho no local, foram identificadas mensagens escritas por Francisco, remetendo ao simbolismo do “8 de janeiro”, uma possível indicação de que ele via o atentado como uma extensão dos ataques golpistas.

Essas evidências reforçam o vínculo entre Francisco e grupos golpistas, que, segundo a PF, organizaram e incitaram atos violentos após as eleições presidenciais de 2022. A polícia também apura se ele estava em contato direto com outros indivíduos que participaram dos ataques de janeiro ou se tinha apoio financeiro ou logístico para realizar o atentado.



Prisão e Encaminhamento da Investigação


Após as declarações de Daiane, a PF deve formalizar o depoimento da ex-mulher de Francisco e expandir as investigações para identificar possíveis cúmplices ou apoiadores. O suspeito foi detido pela PF logo após a tentativa de atentado, e as autoridades estão agora analisando suas comunicações recentes, buscando evidências de apoio ou incentivo de outras figuras associadas aos grupos radicais.

A tentativa de ataque à bomba na Praça dos Três Poderes reacende os debates sobre a polarização política e o impacto dos discursos de ódio propagados online e em ambientes fechados. O caso também reforça o alerta das autoridades sobre o risco de atentados por extremistas que se opõem às decisões do STF e às instituições democráticas.

A PF permanece alerta e busca esclarecer o envolvimento de Francisco Wanderley Luiz em uma rede mais ampla de extremismo e possíveis atos de violência, enquanto reforça a segurança em torno de autoridades públicas. A expectativa é de que novos desdobramentos no caso venham a público nos próximos dias.

 
 
 

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